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Diário de Bordo

Dia-a-Dia
25/09/2006: A Viagem: Destino Machu Picchu
Artigo do Dr. Geraldo Althoff publicado no Jornal Tribuna do Dia.
08/09/2006: 8º Dia
Conhecendo Cusco
07/09/2006: 7º Dia
Moquegua a Cusco
06/09/2006: 6º Dia
Iquique (Chile) a Moquegua (Peru)
05/09/2006: 5º Dia
San Pedro de Atacama - Iquique
04/09/2006: 4o. Dia
San Pedro de Atacama
03/09/2006: 3º Dia
San Salvador de Jujy (Ar) - San Pedro de Atacama (Chile)
02/09/2006: 2º Dia
Sao Borja - San Salvador de Jujuy-AR
01/09/2006: 1º Dia
Criciuma(SC)- São Borja(RS)
31/08/2006: Tudo Pronto
No final da tarde de hoje, o grupo se reuniu no Posto Avenida para adesivar os carros.
03/09/2006: 3º Dia

Com uma boa noite de sono (para a maioria), o grupo acorda mais descansado e disposto. O dia amanhece convidativo a seguir viagem, mesmo porque sabemos que o trajeto de hoje inclui atravessar as Cordilheiras dos Andes.

Outro motivo de alegria para a turma foi a chegada das Equipes 02 (César, Vânio e Nésio), 04 (Venâncio, Albenor e Romeu) e 07 (Beto, Toninho e Cabral). Com a documentação tudo OK, eles tiveram que puxar bastante pra chegar em Jujuy. Principalmente por já ser noite, o que dificulta a locomoção por lugares desconhecidos.

Nosso destino de hoje é San Pedro de Atacama, Chile. A cidade fica a 2.400 metros de altura em relação ao nível do mar. Já é uma altura considerável pra quem está acostumado às cidades de onde vêm os aventureiros. Mas nossa atenção está voltada aos Andes. Lá, o negócio é (literalmente) mais em cima!

Confira os detalhes do dia...

10h30: Com meia hora de atraso o grupo se despede do hotel Altos De La Viña e deixa a cidade de San Salvador de Jujuy, a 1.600m do nível do mar. Todas as equipes partem juntas em direção das cordilheiras. Na saída da cidade percebemos alguns rios secos. Tratam-se de rios temporários, que enchem apenas na época de degelo das montanhas.

11h20: Alcançamos a pequena cidade de Tumbaya, a 2.100 metros de altitude. Rápido pit-stop para tomada de imagens e a viagem segue. Infelizmente neste ponto perdemos o Beto e o Nézio de vista. Eles eram os dois últimos carros. O comandante Ney tentou contato pelo rádio, mas ouve falha na comunicação: interferência das montanhas. O grupo aguardou mais um pouco a chegada dos carros, mas foi orientado a continuar, separando o grupo novamente! Não é fácil andar em comboios. Na teoria funciona: sempre cuidar do carro que está atrás do seu. Se perdê-lo de vista, pare! A gente aprende, temos mais 14 dias pela frente.

12h: Atingimos os 3.000 m. Nessas alturas já começa a complicar! O ar diminiu e qualquer movimento rápido, como uma caminha de passos mais largos, a pessoa fica ofegante. Os carros também sofrem com a altitude. Perdem potência e requerem muita atenção do motorista. Todos são recomendados a se locomover devagar. Caso ocorra algum problema, como de falta de ar ou queda de pressão, estamos equipados com tubos de oxigênios, além de três médicos no grupo. Ninguém conhece seus limites, então não custa prevenir.

12h30: O GPS marca: 3.830m. E os pulmões já precisam fazer cada vez mais força pra oxigenar o organismo. Subimos então lentamente...

12h35: 4.000m! As paisagens são magníficas. As colinas impressionam por sua exuberância. Montes literalmente coloridos (galeria de fotos do 3o. dia) criam vales de todos os lados. Só nos resta parar, bater fotos, filmar e principalmente, curtir a beleza natural.

12h45: Chegamos no ponto mais alto da rodovia (lado argentino). Parada obrigatória para fotos, tudo muito calmamente... devagar... Alguns tiveram dificuldades em subir um morrinho de 2 metros para chegar até próximo à placa que registrava nossa posição: Altos Del Morado: 4.170m. O rarefeito causa sintomas curiosos pra quem o sentiu pela 1a vez: falta de ar, dor de cabeça, respiração ofegante até depois de uma risada... e a viagem continua, agora começando a diminuir a altitude.

13h15: Devido a ausência de postos na região (totalmente compreensível), o carro 04 fica sem combustível. - “Eiaaa Venâaaaancio... tu mesmo, hein...” gritava o Ney enquanto os demais carros paravam ao longo da Rota 52 sem entender a “gritassada” (italianos, gentis... rsrss). - “Eu não, tu disse que tinha posto mais pra frente! Onde??” - respondia o Venâncio e demais colegas de equipe (o tímido Albenor e o Romeu, que defendia seu parceiro de equipe). Enquanto eles se “entendiam”, os demais estavam aos risos... Estávamos a 3.500m, no meio de uma planície de sal (salares, comuns na região). A paisagem era indescritível! Só vendo as fotos mesmo!

13h50: O Guego que estava com o tanque mais cheio, “vendeu” o diesel para a equipe 4 para tentar chegar até Susques, a próxima cidade com posto de combustível.

15h: Agora em ritmo controlado, visando economizar combustível, seguimos a rota. Até que há 500m da entrada da “cidade” de Susques, o carro 4 se desliga. Tínhamos subido até 3.980m. Fim de combustível. Agora quem dá força pra chegar até o posto é a Equipe 09. O possante troller dos Maccarini (Daniel, Guilherme e Lucas) reboca o carro do Albenor até o “posto”. O posto não tinha ninguém. Foi o maior trabalho pra encontrar o frentista. A cidade parecia abandonada! As casas são de blocos de barro “assados” pela própria população. O curioso, a maioria, tem TV a cabo, apesar de serem cobertas por palas ou telhas também de barro. Percebemos em uma rua, crianças jogando futebol, e CORRIAM alegres.

15h30: Encontramos um restaurante muito bom. Era fora da empoeirada Susques, e ficava à beira da Rota 52. Muito bom o atendimento e a comida. É nessa hora que adentram no restaurante os “retardatários”. Sim! o comandante teve que fazer continência pro Major Cabral! (rsrs..) Estavam famintos também, e com muita indignação por não entender o motivo do “abandono”. Mas logo tudo foi resolvido e sentaram junto a mesa pra beber e comer... Ah! A essas altura o grupo já sabia da vitória do Brasil sobre os hermanos. Nunca foi tão bom comemorar a vitória da seleção, apesar de sequer ter visto os gols da partida.

16h40: Continua a viagem, agora com a lição “Andar em Comboio” compreendida: Sempre atentos ao retrovisor, sem deixar perder de vista o carro de trás.

17h20: Altura máxima atingida: 4.783m.

17h45: Chegamos a aduana de saída da Argentina: Grupo de Jama. Estávamos nada mais que a 4.103m! Fazia muito frio, e o vento forte contribuía para que a sensação fosse ainda maior: 1ºC marcava o termômetro. Ainda tinha sol e isso nos aquecia, mas não por muito tempo.

18h15: O grupo se separa pra entrar no Chile. Os quatro primeiros carros que já haviam feito as checagens de passaporte seguem viagem para regularizar sua entrada na aduana do Chile (já em San Pedro de Atacama). Isso serviria pra adiantar os trabalhos alfandegários no país vizinho. Alguns colegas sofrem mais com os sintomas do rarefeito. Beto precisa de oxigênio e César sente dores fortes de cabeça e pressão baixa; recebe medicamentos. Ambos continuam a viagem com um pouco de dificuldade.

18h40: As outras 5 equipes partem em direção a San Pedro de Atacama. O GPS marca 4.300m. Mas agora praticamente sem sol, a temperatura cai.

19h45: 4.646m é a altitude. -4ºC é a temperatura fora do carro. Já em território chileno, percebemos que as margens acumulam muito gelo, assim como os cumes dos montes. O grupo não se intimida com o frio, sai do carro para mais fotos...

20h30: A segunda parte do grupo chega a aduana chilena, na cidade de San Pedro de Atacama e encontra o grupo que partira primeiro. Depois de uma rígida vigilância nas bagagens (procuravam por alimentos perecíveis e “otras cositas más”) e rodas dos carros desinfectadas, seguimos em direção ao hotel.

Apesar das ótimas instaçoes, infelismente o hotel nao oferece internet. As lan-houses aqui cerram as 22h. Peço desculpas pela atualização tardia. Vamos fazer o possíve pra mantê-los atualizados. Boa noite, tenho que sair. A dona quer fechar! :)

(Marcelo Mazon, 22h25 – San Pedro de Atacama, Chile)


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